Por que a Brahma vai ficar vermelha? Parte 2

É ficou vermelha mesmo

Não precisamos esperar muito para conhecer a nova embalagem vermelha da Brahma. O filme entrou no ar neste fim-de-semana, produzido mais uma vez pela Africa.

 





De uma certa forma me surpreendeu a nova lata da Brahma, esperava algo mais moderno, mais estilizado. O que vemos é quase uma simples mudança de cor e algumas modificações na logomarca. O design foi desenvolvido pela Narita. 

A mudança na embalagem vem completar o reposicionamento da marca, iniciado com a campanha "brahmeiros", e tem a intenção de valorizar o produto, as caracteristicas exclusivas de sabor da cerveja. Deve ser também um atrativo na exposição nas gôndolas dos supermercados e pontos de venda. Além disto a campanha testou uma nova forma de contato com o consumidor, criando um site exclusivo para a campanha e estimulando a participação do público-alvo, para responder a pergunta proposta pelo teaser da campanha:  

Por que a lata é branca?".

Aos poucos vai ficando mais evidente a estratégia da Ambev para as suas marcas:

•  a SKOL passa a ser a maior concorrente da Itaipava
• a Brahma a cerveja moderna, lider de mercado
• a Antartica (sub-zero) concorre no segmento baixo preço com Nova Schin e Crystal
• a Bohemia mantém o posicinamento no mercado premium

Resta saber se a Ambev vai mesmo entrar com a Budweiser no Brasil para concorrer com a Heineken, que está se consolidando junto ao público de maior poder aquisitivo, como já foi noticiado. Ou se a marca escolhida para esta função foi a própria Brahma e este reposicionamento faz parte da estratégia.  

O que você acha?

A Companhia de Bebidas das Américas, mais conhecida como AmBev, já é líder no mercado nacional de cervejas, com 70,6% de market share (de acordo com o relatório Nielsen). Ela também é líder em seus principais mercados de atuação, como na Argentina (mais de 70%), Paraguai (mais de 90%), Bolívia e Uruguai (acima de 95% em ambos) e Canadá (cerca de 40%).

Como se mede a audiencia da Tv ? cap 3

Capítulo 3: Copa do Mundo e a Audência fora de Casa (out-of-home)

Acabou a Copa do Mundo, o Brasil foi desclassificado nas quartas-de-final, mas mesmo assim o país parou para assistir os jogos como é de costume. A Globo e a Bandeirantes transmitiram os jogos na tv aberta e o Sportv nos canais por assinatura. O Ibope divugou em seu site os números da audiencia domiciliar e individual para a tv aberta dos jogos da Copa do Mundo 2010 para a Grande São Paulo, Grande Rio e do seu Painel Nacional de Televisão (que representa cerca 19 milhões de domicílios e 57 milhões de pessoas).

Veja os números da audiência domiciliar do painel nacional para os jogos do Brasil: 

 fonte: Ibope Media Workstation

Click para acessar tabela completa

Mas o que significa audiência domiciliar? 
Qual a porcentagem do total de domicilios com tv na área geográfica medida estava com a pelo menos 1 televisor ligado durante a partida. 

Por exemplo, no jogo de estréia Brasil x Coréia do Norte, 56% dos domicilios estavam assistindo a partida, sendo que 49% sintonizavam a Globo e 7% assistiam pela Bandeirantes. 

Assim se o painel nacional representa 19 milhões de domicilios, quer dizer  que aproximadamente 10,5 milhões de domicilios estavam com a tv ligada nestas cidades do Brasil.  

Embora os números sejam bastante elevados, já foram maiores em Copas anteriores. No jogo de estréia do Brasil na Copa de 2006, a audiência média foi de 63 pontos, com a transmissão feita com exclusividade pela Globo. 

Mas aí você se pergunta: se todo mundo que eu conheço assistiu a partida por que a audiência não está próxima de 100%? 

Bom, existem várias razões:

• não está incluída a audiência do Sportv que transmitiu as partidas na tv por assinatura. Esta medição é feita, mas os dados não foram divulgados pelo Ibope.
• na Copa do Mundo é comum as pessoas se reunirem para assistir os jogos, o que faz com que se você for assistir a partida na casa de amigos, por exemplo, a sua tv permaneça desligada.
• muitas pessoas assistem a partida em locais coletivos como: trabalho, bares, padarias... onde não existe medição de audiência no Brasil
• as novas tecnologias estão cada vez mais acessiveis. É possível sintonizar emissoras de tv em diversos modelos de aparelhos celulares, no computador... e esta audiência também não está incluída.

 Então, desta forma é difícil determinar qual seria a real audiência dos jogos da Copa do Mundo se levassemos em consideração todos estes fatores. 

Eu mesmo no jogo entre Brasil e Holanda assisti ao primeiro tempo na casa de uma amiga em São Paulo. Enquanto isto minha tv lá em casa estava desligada. No intervalo do jogo, peguei um taxi, que cada vez mais estarão equipados com tvs, e fui para a rodoviária porque tinha que viajar para o interior. Assisti parte do segundo tempo em uma lanchonete que transmitia a partida em dois aparelhos de LCD. Os últimos 5 minutos  ouvi a partida junto com um companheiro de viagem que captava a transmissão em seu celular. Para efeito da pesquisa eu não estaria incluída entre aqueles que assistiram a partida. 

Este é o maior desafio da pesquisa de midia nestes novos tempos de tecnologia com acesso e mobilidade.

"A maioria das soluções parte do princípio do reconhecimento do som. Segundo Luiz Antonio Motta, diretor de desenvolvimento de produto do IBOPE Media, seja qual for a mídia, o aparelho sempre será compatível com a audição. “A tecnologia muda, mas a audição será sempre a mesma”, afirma. 

E é justamente por causa dessa sua característica universal que o recurso será utilizado

para substituir a tecnologia atual."

Quer saber mais?

 


 

Enem 2009, um primeiro olhar sobre os números I

Foram divulgados nesta segunda-feira, 19 de julho, os resultados por escola do Enem 2009, o primeiro exame desta fase que inclui novas áreas de conhecimento. Nos próximos dias muito vai se falar sobre o assunto. O desempenho das escolas públicas, as melhores escolas do país, os estados com os piores e melhores resultados e por aí vamos. O Ministério da Educação disponibiliza no site do Inep a planilha completa de dados. E foi lá que fui buscar os dados para esta análise.

Como comenta o próprio site do Inep, na seção de notas técnicas, a utilização dos resultados do Enem deve ser feita com cautela, uma vez que a perticipação no exame é voluntaria, e faz 2 observações:

• para algumas escolas, a amostra de seus estudantes que participaram do exame é demasiadamente pequena, o que pode tornar sua nota média pouco representativa do conjunto de estudantes da escola.

• mesmo para as escolas com alta taxa de participação no ENEM, a amostra dos alunos de cada instituição pode não representar o desempenho médio que a escola obteria caso todos os alunos participassem. Em termos técnicos, pode haver um viés na seleção amostral. 

Portanto, para a realização das análises serão levadas em consideração as escolas que tiveram um índice de participação de 50% ou mais dos alunos que concluiriam o Ensino Médio em 2009, o que torna a comparação mais uniforme, e talvez mais justa. Desta forma, aproximadamente 25% das escolas serão consideradas neste estudo.

Por este critério escolas como a Mobile (SP) e a Integral (Campinas) sairiam do ranking das 10 melhores, por terem menos da metade dos seus alunos avaliados. Logicamente este é um valor arbitrário, e poderíamos estar avaliando as escolas com mais de 75% de taxa de  participação, por exemplo. Neste caso, a escola campeã, a Vértice de São Paulo, seria excluida, e a melhor escola do país segundo o Enem, seria o Instituto Dom Barreto de Teresina. Interessante. É justo este critério? Julgue você, pondere. O importante é mostrar que avaliar números e indicadores requer sempre muito cuidado.

Ao analisar o quadro poderia chamar a atenção o fato de apenas 1 escola de São Paulo(interior) estar entre as 10 melhores do Brasil. Uma explicação possível é o fato de haver menor interesse dos estudantes deste estado pelo Enem, uma vez que as universidades estaduais paulistas pouco usam o resultado do Enem nos seus processos de seleção. Cabe ressaltar que apenas 5 estados concentram as melhores escolas: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí e São Paulo. Interessante, né?

Por que a Brahma vai ficar vermelha? Parte 1

 Mercado das cervejas, embalagens e estratégias - capítulo 4

O mercado das cervejas continua animado e dando aula de marketing . O principal foco das ações neste momento está na embalagem. Já falamos antes dos famosos 4 Ps, a embalagem é parte integrante e importante do Produto. No caso das cervejas a mudança do produto poderia significar uma mudança de sabor, de característica da bebida em si.  Mas neste momento as cervejarias optaram por uma outra estratégia: atender uma necessidade do consumidor referente a uma mudança de hábito e situações de consumo, ou da conquista de novos tipos de consumidores, como:

• as mulheres  jovens
• os churrascos e reuniões de amigos

Para atender, por exemplo,  esta nova classe média que está consumindo mais cerveja e se reunindo mais, foi importado um conceito já existente em países mais frios, como Uruguai e Argentina, o litrão. O conceito de custo-beneficio na prática.

A Ambev, em 2008, trouxe a embalagem para o Brasil depois que o comprou as tradicionais cervejarias uruguaias: Nortenã, Patricia e Pilsen, que já utilizavam a embalagem. O teste foi feito pela SKOL e ajustadas as questões logísticas, em seguida, foi lançado o Brahmão,

e mais recentemente a Cervejaria Petrópolis colocou a sua versão litro da Itaipava e da Crystal no mercado do sudeste.

Aí você se pergunta: este tipo de estratégia dá resultado? 

Alguns números mostram bons sinais: 

• no nordeste a Schin perdeu 1,5% de participação de mercado (12,9% - out/08; 11,4% out/09) após o lançamento do litrão pela Ambev. (Estadão)

• De janeiro a agosto de 2008, foram vendidos 4 milhões de litros da bebida no litrão. No mesmo período de 2009, as vendas na mesma embalagem chegaram a quase 78 milhões de unidades, segundo o Instituto Nielsen.

 Por outro lado, para atender o mercado mais jovem, de consumo individual e rápido foram criadas as embalagens "fest". 

A nova lata de 310 ml de Itaipava, Crystal e Itaipava Fest era inédita no Brasil. Denominada Sleek, antes era somente encontrada na Europa e nos Estados Unidos.

Agora foi a vez da Ambev copiar, lançado a Skol redondinha, que também avisa quando a cerveja está gelada. 

E novamente temos no preço um atrativo. O menor desembolso na hora da compra pode ser bem importante para o público jovem. 

Nesta guerra, momentaneamente, as cervejarias não se preocuparam em modificar o conteúdo em si, mas a forma. Nem tudo é bonito nesta batalha.

A Ambev está sendo mais uma vez questionada no Cade por concorrência desleal,  em  razão de ter colocado sua logomarca no vasilhame do litrão, o que impede o seu uso pelos concorrentes, prática comum nas embalagens de 600 ml.  A Ambev já foi anteriormente multada em 350 milhões pelo seu programa de fidelização de pontos de venda,"To contigo". Coisas do mundo das mega fusões e mercados hiperconcentrados. Fidelização, sem dúvida, faz parte dos 7 Ps, do marketing moderno, mas de forma obrigatória...  Será que é por isso que a Brahma tá ficando vermelha?

De qualquer forma,  as estratégias de marketing fizeram a Ambev ultrapassar 70% de participação de mercado em 2009.

Mas o cenário pode ficar ainda mais animado com a volta da Heineken, que comprou a FEMSA (cervejaria de origem mexicana fabricante da Sol), o que ampliará em muito suas operações no Brasil. A Heineken é líder mundial em cervejas premium, possui outras características de sabor, mais encorpada, diferentemente das comercializadas no Brasil, mais suaves e de baixo teor alcoolico, estilo americano  (standard american lager)

Mas eu não tava falando da Brahma ficar vermelha? 

Então, o que a concorrência da Heineken pode ter a ver com isso? 

Qual a famosa cerveja vermelha e branca, amigo?

Será que a Brahma está buscando modernidade no visual?
Ou será que vai adotar uma identidade mais próxima da irmã mais famosa recentemente adquirida pela Inbev, da Anheuser-Busch americana.

Sites interessantes

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Fest

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